TDAH e disfunção proprioceptiva
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a disfunção proprioceptiva são condições que frequentemente coexistem e afetam significativamente a vida dos indivíduos. O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por sintomas persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que podem se manifestar em graus variados e prejudicar o desempenho acadêmico, profissional e social. Pessoas com TDAH frequentemente apresentam dificuldades em manter o foco, seguir instruções e concluir tarefas, além de exibirem comportamentos impulsivos e inquietação.
A disfunção proprioceptiva, por outro lado, refere-se a problemas no processamento das informações sensoriais relacionadas à posição e movimento do corpo no espaço. A propriocepção é um sentido que nos permite perceber a localização, movimento e ação das partes do nosso corpo sem olhar diretamente para elas. Indivíduos com disfunção proprioceptiva podem ter dificuldades em coordenação motora, equilíbrio e na execução de atividades que requerem movimentos precisos. Eles podem parecer desajeitados, ter uma postura inadequada e encontrar dificuldades em realizar tarefas motoras finas, como escrever ou abotoar uma camisa.
A relação entre TDAH e disfunção proprioceptiva é complexa. Estudos sugerem que a disfunção proprioceptiva pode agravar os sintomas do TDAH, tornando mais difícil para os indivíduos manterem o foco e o controle sobre seus comportamentos. Além disso, a dificuldade em processar informações sensoriais pode contribuir para a impulsividade e a hiperatividade, características típicas do TDAH. Por exemplo, uma criança com ambas as condições pode ter dificuldades em permanecer sentada ou em participar de atividades que exigem atenção prolongada e controle motor.
O tratamento dessas condições geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar. Para o TDAH, intervenções comuns incluem medicamentos, como estimulantes, e terapias comportamentais que ajudam a melhorar o controle dos sintomas e a adaptação social. Já para a disfunção proprioceptiva, a terapia ocupacional é frequentemente recomendada, com atividades específicas projetadas para melhorar a integração sensorial e as habilidades motoras. Exercícios de fortalecimento muscular, atividades que envolvem equilíbrio e coordenação, e técnicas de feedback sensorial são exemplos de intervenções que podem ser usadas.
É importante que os pais, educadores e profissionais de saúde estejam cientes dessa co-ocorrência, para que possam identificar precocemente os sinais e proporcionar o suporte necessário. O diagnóstico e tratamento adequados podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados, promovendo um desenvolvimento mais harmonioso e uma melhor integração social e acadêmica. A combinação de estratégias médicas, terapêuticas e educacionais adaptadas às necessidades individuais é essencial para ajudar essas pessoas a alcançarem seu pleno potencial.
Ricardo Santana, Neuropsicólogo, CRP15 0190, (82)99988.3001, Maceió/AL
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