EMDR e o ainda não explicado
A técnica EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) é amplamente utilizada para tratar traumas e transtornos de ansiedade. Embora seja reconhecida como eficaz, principalmente para o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), ainda há áreas onde a ciência não explica completamente como o EMDR funciona.
Aqui estão alguns dos pontos menos compreendidos:
Papel dos movimentos oculares:
Sabe-se que os movimentos oculares desempenham um papel central no EMDR, mas o motivo exato pelo qual eles ajudam a reduzir a carga emocional dos traumas ainda é desconhecido. Uma teoria sugere que eles imitam o movimento rápido dos olhos (REM) no sono, um estado associado ao processamento de memórias, mas isso ainda não foi completamente confirmado.
Mecanismo neural específico:
Embora se saiba que o EMDR afeta o processamento neural, o mecanismo exato pelo qual ele reorganiza memórias traumáticas ainda não é claro. Estudos mostram que o EMDR pode mudar a forma como as memórias são armazenadas no cérebro, ajudando a desassociar o evento traumático das respostas emocionais intensas, mas o processo detalhado ainda está em investigação.
Eficácia em diferentes tipos de trauma e transtornos:
A EMDR é altamente eficaz para TEPT, mas os mecanismos pelos quais funciona em outros tipos de transtornos, como ansiedade generalizada e depressão, não são totalmente compreendidos. Pode haver variações nos efeitos em função do tipo e da intensidade do trauma, e a ciência ainda busca entender as razões.
Memória e reconsolidação:
Outra área de incerteza é a forma como o EMDR interage com o processo de reconsolidação da memória, pelo qual memórias antigas são “reeditadas” e armazenadas novamente. Esse processo é conhecido, mas a forma específica como o EMDR o ativa e facilita as mudanças é ainda um campo de estudo ativo.
Apesar das lacunas, as evidências clínicas e neurocientíficas continuam a apoiar o uso do EMDR, e muitos estudos estão tentando esclarecer esses aspectos para otimizar e entender melhor os efeitos da técnica.
Ricardo Santana, Neuropsicólogo, CRP15 0180 (82)99988.3001, Maceió/AL
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Existem inúmeras evidências clínicas que comprovam a eficácia do EMDR, como foi bem destacado. Durante o processo, ocorre a ativação da amígdala e um aumento da atividade do córtex pré-frontal dorsolateral, o que facilita o processamento emocional e a integração de memórias traumáticas, reduzindo a interferência das emoções perturbadoras. Além disso, a estimulação também promove uma resposta parasimpática, ajudando a diminuir a reação de "luta ou fuga" associada ao trauma.
ResponderExcluirObrigado Ricardo por compartilhar um tema tão interessante! Tenho me enriquecido muito com as suas orientações e conhecimento. Abs