Transtornos mentais e cirurgia plástica

 


Os transtornos mentais que frequentemente levam pacientes a buscarem cirurgias plásticas incluem o transtorno dismórfico corporal (TDC), a baixa autoestima e, em alguns casos, a depressão e a ansiedade. O TDC é caracterizado por uma preocupação obsessiva com defeitos percebidos na aparência física, que são muitas vezes mínimos ou inexistentes. Pacientes com TDC podem buscar repetidas cirurgias plásticas na tentativa de corrigir essas imperfeições imaginadas, na esperança de aliviar sua ansiedade e melhorar sua autoimagem. No entanto, essas cirurgias raramente proporcionam o alívio desejado, pois a raiz do problema é psicológica, e não física.

A baixa autoestima também é um motivador comum para a busca por procedimentos estéticos. Indivíduos com uma autoimagem negativa podem acreditar que alterar sua aparência física melhorará sua percepção de si mesmos e aumentará sua aceitação social. Embora algumas intervenções possam proporcionar um aumento temporário na autoestima, elas não resolvem as questões subjacentes de autoaceitação e podem levar a um ciclo de dependência de procedimentos estéticos.

Além disso, a depressão e a ansiedade podem levar alguns pacientes a buscar cirurgias plásticas na esperança de encontrar uma solução rápida para seu sofrimento emocional. Esses indivíduos podem acreditar que melhorar sua aparência física resultará em uma melhoria global de sua qualidade de vida e bem-estar emocional. Contudo, sem o tratamento adequado para seus transtornos mentais, os benefícios percebidos dessas cirurgias tendem a ser efêmeros e insuficientes para proporcionar uma melhora duradoura.

É crucial que profissionais de saúde mental e cirurgiões plásticos colaborem para avaliar cuidadosamente os pacientes que buscam procedimentos estéticos, identificando aqueles que podem estar usando a cirurgia como uma forma de lidar com transtornos mentais. Um encaminhamento para terapia ou outros tratamentos psicológicos pode ser mais benéfico e ajudar a tratar a raiz do problema, proporcionando um caminho mais saudável e sustentável para a autoaceitação e o bem-estar emocional.

Ricardo Santana, Neuropsicólogo, CRP15 0190, (82)99988.3001, Maceió/AL

Deixe sua avaliação:  https://maps.app.goo.gl/2pvZ6RxFGPSEx5wWA?g_st=ic  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Depressão e o corpo

O Vineland Adaptive Behavior Scales – Third Edition (Vineland-3): Estudos de Validade e Aplicações

Camisa de força

A relação entre altas habilidades e o Quociente de Inteligência (QI)

Transtornos Mentais: Uma Visão Geral Baseada no DSM-5 e CID-11

TDAH, superdotação e altas habilidades

Um plano de orientações terapêuticas para adultos com TDAH

O Córtex Pré-Frontal: Estrutura, Função e Implicações Clínicas

Depressão e Ansiedade à Luz da CID-11

TDAH e disfunção proprioceptiva